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Quer aprender a ser um bboy?

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O bboying, uma forma de dança que evoluiu a partir do breakdance, está a ganhar cada vez mais adeptos a nível mundial. O Expresso foi aprender com dois dos melhores da atualidade, que cruzam o estilo com outras formas de dança, num espetáculo que está a correr o mundo e que também junta vídeo.

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A longa-metragem "Stronger", de Wilkie Branson foi rodada pelo próprio bailarino nos bosques do País de Gales e serve de suporte ao espetáculo em que faz dupla com Joel Daniels.

Wilkie e Joel. Dois amigos, que são quase como irmãos e a quem a dança tem acompanhado ao longo de mais de uma década. Começaram nas ruas de Bristol, na ‘cena’ do B-Boying, um estilo radicado no breakdance que evidencia o virtuosismo técnico e físico dos participantes. Mas Wilkie Branson queria algo mais, ir além do break e mostrar outras formas de expressão.

 

Daí a realização de filmes, como a longa-metragem “Stronger”, em que a dança é a personagem principal, tendo como pano de fundo não os típicos cenários urbanos, mas sim os bosques frondosos do País de Gales. “Eu nasci no campo e embora esteja envolvido há bastante tempo na cultura hip-hop, a minha ligação é com o campo e a natureza. Por isso, embora essa ligação do b-boying com a natureza possa não parecer evidente, para mim faz todo o sentido porque a dança é apenas uma forma de nós manifestarmos aquilo que somos e o que queremos expressar”, diz ao Expresso Wilkie Branson, 27 anos, bailarino, coreógrafo e realizador.

“Acho que podemos usar o hip-hop para destruir as fronteiras. Há muita gente que entra para o hip-hop e diz “Eu não vou apontar os pés, man, como no ballet!” mas no fim de contas, não interessa muito o que as outras pessoas pensam, é isso que as crianças têm de perceber. Se gostas de uma coisa, então faz, seja ballet ou >hip-hop, sapateado ou dança contemporânea, porque isso vai ajudar-te até com a escola, com a Matemática e com as Ciências!” – garante Joel Daniels.

Reinventar o hip-hop

 

No espetáculo “White Caps”, bastante  cru – o fundo é negro – Wilkie e Joel vão bastante além do breakdance e exploram os limites do corpo e do tempo – por vezes parecem mexer-se em câmara lenta. Esta ação é intercalada com a projeção de pequenos vídeos rodados na floresta e na montanha (White Caps são os cumes brancos das montanhas, o topo que eles pretendem atingir) que exploram também a dança, utilizando-a para ilustrar pequenas narrativas.

Ao estilo da associação inesperada entre a dança tradicionalmente urbana e a natureza, a banda sonora é também ela original e oscila entre música quase bucólica e alguns momentos mais potentes e eletrónicos.

Refira-se que para além dos espetáculos, a dupla está bastante envolvida no ensino da dança no Reino Unido, através de uma Companhia de Dança – a Champloo – que ‘dá asas’ a muitas crianças problemáticas e que hoje é já considerada uma das melhores companhias de dança infantis do país.

Tirar miúdos da rua e pô-los a dançar

 

“Nós temos uma grande paixão pelo ensino e percebemos ao ensinar que havia uma grande onda de talentos à volta de Bristol, daí termos formado a companhia e começarmos a ensinar as bases do b-boying a todos estes jovens”, acrescenta Joel Daniels.

Hoje, e depois de terem competido ambos em ‘batalhas de hip-hop’ e a fazer dinheiro nas ruas, com pequenas performances, Wilkie e Joel reconhecem ter dado passos além do hip-hop, por vezes cruzando já as fronteiras da dança contemporânea, mas sem nunca largar o b-boying.

E admitem que se torna bem mais fácil este percurso para as gerações atuais, com o Youtube e o acesso mais fácil a programas de dança. “Nós por vezes inspirávamo-nos em coisas que víamos os outros fazer ou através de cassetes VHS que um ou outro apanhava. Por isso lesionávamo-nos sem necessidade. Hoje com o Youtube, mas sobretudo com as escolas de dança é tudo bem mais fácil “, conclui Wilkie Branson.

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